Simples


Sê, simplesmente, quem és. 



Um pensamento simples que me acompanha em todas as jornadas: «lembra-te de quem és!». Os direitos de autor são do homem que me deu a vida e que tenho a sorte de ter como pai: - «Dinheiro ou heranças não te posso deixar, só a educação que te demos, os valores, os princípios e…lembra-te, sempre, de quem és. Se souberes quem és (de onde vens, a tua essência), todo o resto fará sentido». Confesso que, durante muitos anos, tive dificuldade em compreender esta ideia, na sua totalidade. Ela esteve presente nas etapas mais importantes e, até nos episódios mais corriqueiros, de forma circunstante, mas não com o significado que lhe atribuo hoje (e creio que à medida que a idade avance, estarei cada vez mais próxima da sua verdadeira acepção). 


Sei quem sou? Sei que não sou apenas uma profissão, um currículo ou os cargos que tive ou possa vir a ter. Um carro, uma casa ou a maneira como me visto não me definem, só por si. Não sou o dinheiro que tenho na carteira ou as ações que possa vir a adquirir na bolsa. 

Quem serei eu? Simplesmente, eu? Acho que nesse pacote faz mais sentido incluir a minha forma de me dar aos outros e o amor que lhes entrego; os livros que li e que escrevo - mesmo que alguns só na minha imaginação – e as 4 vezes que fui ver o Titanic ao cinema carregada de lenços de papel; os ataques de riso com os melhores amigos, daqueles de fazer doer os abdominais; as guerras de cócegas com a minha irmã e as batalhas de almofadas ao som de músicas em altos berros; o sabor do pão com manteiga molhado no café com leite, antes de ir para a escola; as lambidelas da minha cadela Sheidy, mal eu acordava, ainda com um olho aberto, e o outro, meio fechado; as borboletas no estômago ao receber um postal apaixonado do meu amor que estava longe; a textura dos morangos da minha horta; o cheiro da pele da minha mãe, sobre a minha, num abraço forte. E tantos outros momentos, tantas simplicidades…!

O melhor desta vida é reparar nas coisas simples. O simples choca porque fomos habituados a valorizar complexo, o espampanante, o grandioso. Todavia, é à simplicidade que vamos pedir colo quando o mundo nos maltrata; é ela que nos preenche, serena e pode ser, inclusive, considerada um luxo de difícil acesso, em alguns casos, porque custa muito despir a maquilhagem do ego e do orgulho. Mas se o fizermos e começarmos a reparar no simples, a vida ganha uma outra perspetiva.

Por exemplo, reparar, no autocarro do costume, num velho professor catedrático que admiravas no tempo de estudante e que, agora, passa despercebido entre as gentes que vão ao mercado comprar legumes, pela manhã. Podes evoluir para o topo da carreira e continuar a vestir a camisola da Zara que custou 20 euros. Como dizem os anglo-saxónicos, «So what?!». Continuar a comer na tasca do senhor Joaquim porque não há bifanas como aquelas, acompanhadas por uma rústica caneca de vinho tinto maduro. Mesmo que, em adulto, te tenhas transformado na pessoa mais culta do mundo, podes sair para caminhar e ler o teu livro, devorando as páginas como o fazias em criança, quando digerias «as aventuras» ou «os cinco» de empreitada. Aquela avidez de conhecimento, uma curiosidade que se traduz na mais pura humildade de quem quer aprender, sempre. 
Porque aprendemos até ao último suspiro de vida. Porém, só o consegue realmente fazer, quem tiver humildade (e saúde física e mental) para isso.


Simples, não? 
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Texto en Español


Simple
Un pensamento simple que me acompaña todos los días, "recuerda quien eres!". Los derechos de autor es el hombre que me dio la vida y he tenido la suerte de tener como padre: - "El dinero o herencias no te puedo dejar, sólo la educación que te hemos dado, los valores, principios y recuerda siempre quien eres. Si sabes lo que sos (de dónde vienes, tu esencia), todo lo demás hará sentido ". Confieso que hace muchos años, tenía dificultad en entender esta idea completamente. Ella estuvo presente en los pasos más importantes, incluso los episodios más triviales, pero no el significado que atribuyo hoy (y yo creo que a medida que la edad avanza, estar é cada vez más cerca de su verdadero sentido).
Yo sé quién soy? Sé que no soy más que una profesión, un curriculum vitae o posiciones que tengo o podré tener. Un coche, una casa o mi forma de vestir no me define por sí solo. No soy el dinero que tengo en mi billetera o las acciones que pueda adquirir en la bolsa.
¿Quién soy yo? ¿Simplemente yo? Creo que en este paquete tiene más sentido incluir mi manera de entregarme a los demás y el amor que doy, los libros que leo y escribo - aunque algunos sólo en mi imaginación - y las 4 veces que fui a ver Titanic al cine llena de pañuelos; los ataques de risa con los mejores amigos, esos de doler los abdominales; guerras de cosquillas con mi hermana y las batallas de almohadillas al sonido de música alta; el sabor del pan con mantequilla en el café con leche antes de ir a la escuela; los besos de mi perrita Sheidy, mal me despertava, todavía con un ojo abierto y el otro medio cerrado; mariposas en el estómago cuando recibi una postal apasionada de mi amor que estaba lejos; la textura de las fresas de mi jardín; el olor de la piel de mi madre tocando mi piel, en un abrazo de oso. Y tantas otras cosas simples...!
Lo mejor de esta vida es darse cuenta de las cosas simples. El  simple choquea ya que estamos acostumbrados a valorar lo complejo, lo llamativo, lo grandioso. Sin embargo, es a la simplicidad que volvemos cuando el mundo nos maltrata; es ella  que nos llena y tranquiliza incluso puede ser considerada como un lujo de difícil acceso, en algunos casos, ya que cuesta mucho que sacar el maquillaje del ego y el orgullo. Pero si nosotros empezamos a notar la vida, sencilla gana otra perspectiva.
Por ejemplo, fijarme en el autobus, un viejo profesor que admirava en la época de estudiante y que ahora pasa invisible entre la gente que va al mercado a comprar verduras a la mañana. Podes pasar a la parte superior de la carrera y seguir usando el pantalon de Zara, que cuesta 20 euros. Como dicen los ingleses: "¿so what?!". Continuar a comer en el bodegon del Sr. Joaquim porque no hay sanguches como esos, acompañado de una taza de vino tinto maduro. Incluso si, en el adulto, que te has convertido en la persona más culta del mundo, se puede ir a dar un paseo y leer su libro, devorando las páginas como hacias cuando eras chiquita cuando leias "aventuras" o "cinco" en una noche. Esa avidez de conocimiento, una curiosidad que se traduce en la humildad pura de un aprender, siempre.
Porque aprendemos hasta el último aliento de vida. Sin embargo, sólo se puede realmente hacer, que tiene la humildad (y la salud física y mental) para eso.

Simple, no?

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