La debilidad no significa nada frente al esfuerzo que significa todo


[Desta vez, a autora do texto não sou eu. Desafiei a Daniela a falar da sua experiência enquanto praticante de judo e das mudanças de perspetiva de vida. Como o texto foi originalmente escrito em espanhol, a tradução para português aparecerá em baixo.] 

¿Cuantas veces sentimos debilidad frente a una diversidad de situaciones que nos hacen experimentar sensaciones de fragilidad, impotencia, injusticia? 


No siempre es fácil encarar la realidad que nos toca vivir, pero tenemos la obligación de enfrentar y contrarrestar todo obstáculo que se interpone en nuestro camino. Así fue como pensé cuando me deparé con un par de situaciones que me superaban en mi rutina y me hacían sentir débil y impotente, así como Jigoro Kano cuando se dispuso a estudiar el arte marcial jujutsu para poder combatir a su contrincante con un mínimo de fuerza para poder paliar su fragilidad física ya que él era un chico frágil y enfermizo. Jigoro tenía la intención de introducir algunas modificaciones en el jujutsu porque su flaqueza era una desventaja frente a un contrincante más corpulento así que desarrollo técnicas que requerían poco esfuerzo, básicamente habría que desequilibrar al oponente para poder proyectarlo con facilidad. 

Particularmente a mí me conmueven las historias de fuerza y coraje, esfuerzo y perseverancia por las cuales yo agarro un pedacito de cada una y logro mover piezas para cambiar mi realidad, mí día a día. Cuando empecé a practicar Judo fue duro, por veces no entendía del todo porque el Sensei y los compañeros me decían incesantemente: “tienes que saber caer ¡Tienes que aprender a caer!! Con el pasar del tiempo aprendí con el Ukemi (caídas) que saber caer es importante para no lastimarse pero también aprendí que caer me hace vencer miedos y me produce más confianza en mí misma. 

Como todo en esta vida, se aprende mucho más siendo derrotado que con una victoria, te detienes a analizar los errores, porque no pudiste defenderte de tal situación o porque fue inevitable caer. Por lo contrario, cuando vences la perspectiva cambia, porque crees que las cosas fueron bien hechas por ende no sentís la necesidad de revisar.


Caer es bueno y ser derrotada no es una limitación, todo lo contrario, es honrar nuestra confianza y dignidad para poder perfeccionarnos día a día en el Tatami y en la vida. Las debilidades se pueden transformar en fortalezas si nos proponemos a vencer nuestros miedos e inseguridades. Aprender y corregir con la mochila cargada de caídas me genera más confianza en mí misma, aprovecho los desequilibrios de la vida proyectando para adelante tal cual practicamos en judo. Somos todos diferentes y por eso no podemos juzgarnos por nuestras debilidades porque un pez es hábil en el agua pero en tierra no se da y un mono es hábil en tierra pero en agua no se da. Solo hay que aprovechar las ventajas competitivas para poder llegar a la victoria. 

Yo tengo cinturón amarillo y es un honor pasar de graduación pero el objetivo no es el paso de cinturón si no aprender a caer tan bien en el Tatami que en mi vida pueda levantarme mil veces y llegar a la victoria con el trofeo lleno de caídas! ¡En el trabajo debería ser igual los puestos no tendrían que estar por encima de las personas, podes tener una jerarquía elevada, pero si no respetas al otro nunca serás victorioso! 


"El valor de una cosa depende de la forma en que se aborda mentalmente y no de la cosa en sí misma" 
(Jigoro Kano)

_________________________________________________________________

Texto em Português


A fragilidade não significa nada perante o esforço que significa tudo
A fraqueza não significa nada perante o esforço que significa tudo. Quantas vezes nos sentimos fracos perante as adversidades que nos fazem sentir sensações de fragilidade, impotencia e injustiça?

Nem sempre é fácil encarar a realidade que temos de viver, mas temos a obrigação de enfrentar e neutralizar qualquer obstáculo que nos atrapalhe. Foi assim que eu pensei quando eu estava a passar por algumas situações na minha rotina e me faziam sentir frágil e impotente. Também foi assim com Jigoro Kano, quando ele começou a estudar o jujutsu, uma arte marcial para combater o seu adversário com força mínima para ser capaz de aliviar sua fragilidade física, uma vez que ele era um menino frágil e doente. Jigoro introduziu algumas modificações ao jujutsu porque sua fragilidade física era uma desvantagem perante um adversário mais pesado… um desenvolvimento técnico que exigiu esforço, basicamente teria para desequilibrar o adversário para projetá-lo com facilidade.

Eu sou especialmente inspirada pelas histórias de força e coragem, esforço e perseverança, das quais retiro um pedacinho para mover peças para mudar minha realidade, todos os dias. Quando comecei a praticar Judo foi difícil… nessa altura, não entendia porque o Sensei e os meus colegas me diziam constantemente que teria de saber cair: “- Tens de aprender a cair!” Com o passar do tempo, aprendi o significado de Ukemi (quedas) e que saber cair é importante para não me magoar, mas também que me ajuda a superar medos e dá-me mais confiança em mim mesma.
Como tudo na vida … aprende-se muito mais sendo derrotado do que com uma vitória. Com as derrotas, é possível analisar o erro e tentar melhorar no futuro. Pelo contrário, quando se ganha, já não há essa perspetiva porque pensas que as coisas foram bem feitas, portanto, não há tanta necessidade de rever o nosso comportamento.

A queda é boa e ser derrotada não é uma limitação. Aprendi que é o oposto e que consiste em honrar a nossa confiança e dignidade para poder melhorar no dia a dia, tanto no Tatami como na vida. As fraquezas podem ser transformadas em pontos fortes se nos propusermos a superar os nossos medos e inseguranças.

Seguir com a mochila carregada de quedas gera mais confiança em mim, aproveito os desequilíbrios da vida, projetando-me para a frente ao praticar judo. Somos todos diferentes e é por isso que não podemos julgar pelas fraquezas porque um peixe é hábil na água, mas em terra não é dado e um macaco é hábil em terra, mas não corre na água.

Eu tenho um cinto amarelo e é uma honra, mas o objetivo não é o cinto propriamente dito, mas aprender a cair tão bem no Tatami que na minha vida eu posso também levantar-me mil vezes e alcançar a vitória com o troféu cheio de quedas!...

"O valor de uma coisa depende do modo como ela é abordada mentalmente e não da coisa em si" (Jigoro Kano)

Comentários

Mensagens populares