Em modo de gratidão pelo 2018



Esta é aquela altura do ano em que os ponteiros do relógio giram à velocidade dos pinheiros, das prendas e das rabanadas. Os desejos para um novo ano tomam a forma de resoluções miraculosas que acreditamos sermos capazes de cumprir escrupulosamente. De repente, a magia do Natal apodera-se de nós e disseminam-se votos de “tudo de bom” por todos com que nos cruzamos - mesmo que, durante os restantes meses do ano, nem sequer nos demos conta que esses “todos” existem. 



As festividades não são uma época feliz para toda a gente, ao contrário do que as campanhas publicitárias nos querem vender, a todo o momento. Para muitas pessoas, por diferentes razões, esta é das alturas mais difíceis de vivenciar. Há um conjunto de exigências que o período das Festas demanda sem querer saber se há dentro de nós tristeza ou algum vazio oriundo do lado mais cinza da vida. É suposto estarmos automaticamente disponíveis para dar resposta ao modo de júbilo e fartura, como se tratasse, apenas, de carregar no botão do ON/OFF



Embora eu seja uma fã do Natal – do conceito de partilha e solidariedade genuína, não do consumismo exacerbado – a maior parte dos meus Natais foram experienciados de forma diferente do que eu desejaria. Já dei por mim, em várias ocasiões, a sentir um pouco de revolta e de amargura em relação a esta época do ano em que temos de aparentar ser imensamente felizes, mas desta vez, tentei não pensar demasiado nas ausências e nas distâncias que fazem parte do meu percurso. O meu coração fica tão encolhido na presença da saudade que se torna drasticamente pequeno, minúsculo mesmo. E eu não gosto disso, pois aprecio o coração grande, gigantesco, acolhedor e cheio de amor para dar e receber. 


Autoria da fotografia: Tiago Bartolomeu



Sem querer dramatizar, até porque a vida já se encarrega de nos fornecer a adrenalina suficiente quando menos esperamos, o final do ano é, por si só, um tempo reflexivo. Faz-nos pensar no que aconteceu e no que desejamos que suceda no ano seguinte. Assim, como exercício de gratidão, resolvi identificar as coisas boas que me tornaram uma pessoa mais completa nos últimos 12 meses. São tantas as dádivas pelas quais agradeço, mas em primeiro lugar, a saúde (física e mental), o bem mais precioso de todos (e, por vezes, desvalorizado); a maravilhosa visita do meu pai, concretizada em 15 dias intensos de amor e cumplicidade; as viagens, as pessoas e os locais que tive oportunidade de conhecer; a vontade de crescer profissional/academicamente e os pequenos frutos que vou colhendo dessas aprendizagens; os momentos com as minhas pessoas, de sempre e para sempre, com as quais vou mantendo o contacto sob todas as modalidades. Porque quando se ama, “não há longe, nem distância!”* 


Uma caminhada pessoal que continua, com altos e baixos, com momentos em que eu própria me vou resgatando para voltar a acreditar no que há-de vir. 

Feliz ano 2019…! 


*Richard Bach


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Texto en Español







Esta es la época del año en que las manecillas del reloj giran a la velocidad de los pinos, de los regalos y de las luces. Los deseos para un año nuevo toman la forma de resoluciones milagrosas que creemos ser capaces de cumplir escrupulosamente. De repente, la magia de la Navidad se apodera de nosotros y se diseminan votos de "todo de bueno" por todos a los que nos cruzamos - aunque durante los demás meses del año, ni siquiera nos dimos cuenta que esos "todos" existem.



Las festividades no son una época feliz para todo el mundo, al contrario de lo que las campañas publicitarias nos quieren vender, en todo momento. Para muchas personas, por diferentes razones, esta es la de las alturas más difíciles de vivir. Hay un conjunto de exigencias que el período de las fiestas demanda sin querer saber si hay dentro de nosotros tristeza o algún vacío oriundo del lado más gris de la vida. Por lo tanto, se supone que está automáticamente disponible para responder al modo de júbilo y la abundancia, como si se tratara sólo de pulsar el botón del ON / OFF.



Aunque yo sea una fan de la Navidad - del concepto de compartir y solidaridad genuina, no del consumismo - la mayor parte de las navidades fueron diferentes de lo que yo desearía. En varias ocasiones  he sentido un poco de revuelta y de amargura en relación a esta época del año en que tenemos que aparentar ser inmensamente felices, pero esta vez intenté no pensar demasiado en las ausencias y en las distancias que forman parte de mi recorrido. Mi corazón se achica en la presencia de la nostalgia que queda drásticamente pequeñito, minúsculo. Y no me gusta eso, pues aprecio el corazón grande, gigantesco, acogedor y lleno de amor para dar y recibir.


Sin querer dramatizar, incluso porque la vida ya se encarga de darnos la suficiente adrenalina cuando menos esperamos, el final del año es un tiempo reflexivo. Nos hace pensar en lo que sucedió y en lo que deseamos que suceda al año siguiente. Así, como ejercicio de gratitud, resolví identificar las cosas buenas que me hicieron una persona más completa en los últimos 12 meses. Son tantas las dádivas por las que agradezco, pero en primer lugar, la salud (física y mental), el bien más precioso de todos (y a veces desvalorizado); la maravillosa visita de mi papá, concretada en 15 días intensos de amor y complicidad; los viajes, las personas y los lugares que he tenido ocasión de conocer; la voluntad de crecer profesional / académicamente y los pequeños frutos que voy a cosechar de esos aprendizajes; los momentos con mis personas, de siempre y para siempre, con las que voy manteniendo el contacto bajo todas las modalidades. Porque cuando se ama, "no hay longevidad, ni distancia!" *

Una caminata personal que continúa, con altos y bajos, con momentos en que yo misma me voy rescatando para volver a creer en lo que vendrá.


Feliz año 2019 ...!


* Richard Bach

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