Cairo
Não consigo descrever por palavras o retrato
do Cairo, já que esta cidade se caracteriza, sobretudo, pelo ruído constante
das buzinas que emergem do trânsito com-ple-ta-men-te
caótico. Impera uma desordem, uma vez que as regras da estrada são praticamente
inexistentes ou engenhosamente contornadas por quem conduz algum tipo de
viatura. Uma viagem pela cidade pode ser comparada a uma trama de Kusturica dos
velhos tempos, ou seja, uma panóplia de fenómenos de ficar boquiaberto – motos
com 5 pessoas sem capacete, carros puxados por cordas, carros de mão em porta
bagagens abertos, etc. Não há muitas passadeiras e os peões atravessam as ruas repletas
de carros com uma agilidade espantosa: - “O truque é manter o contacto visual
com o condutor para que ele perceba o nosso próximo passo!” – relatam alguns
dos nativos.
Por aquela zona do globo, é fundamental desenvolver
o espírito zen para levar o trânsito
na desportiva, caso contrário o desespero é conta certa em qualquer percurso. Pese
embora a parafernália que se vai intersetando a todo o momento, coexiste um
estranho equilíbrio no meio do caos. A confusão autorregula-se de uma forma
inexplicável para um estrangeiro em visita, pois tudo parece desmoronar ou
eclodir, a qualquer instante. Porém, sabiamente, o sistema lá se vai compondo,
fazendo com que não se assista a tantos acidentes como seria expectável naquele
cenário.
A cultura e a religião dominam a
paisagem; os lenços e as burkas (nas
mulheres) proliferam. O turismo é uma enorme fonte de receitas e uma
oportunidade de trabalho para quem tem um pouco mais de instrução ou domine uma
ou outra língua estrangeira. Para os egípcios, Portugal é a referência que
associam ao Ronaldo. E ainda há quem se recorde do Figo e do Manuel José.
De volta a casa, o cheiro a açafrão
impregnou-se-me nos pertences de viagem. A mala vinha carregada de uma essência peculiar que se espalhou pelas roupas e pela memória afetiva - que também se alimenta de odores. Concluo, em modo reflexivo, que o mundo é redondo
e está carregado de seres humanos, tão iguais e, ao mesmo tempo, tão diferentes
entre si. E não será essa oportunidade de observação que nos transforma, a cada milha feita?
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Texto en Espanhol
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Texto en Espanhol
El
Cairo
No
puedo describir por palabras el cuadro de Cairo, ya que esta ciudad se
caracteriza, sobre todo, por el ruido constante de las bocinas que salen del
tránsito completamente caótico. Impera un desorden, ya que las reglas de la
carretera son prácticamente inexistentes o ingeniosamente rodeadas por quien
conduce algún tipo de vehículo. Un viaje por la ciudad puede ser comparada a
una trama de Kusturica de los viejos tiempos, o sea, una diversidad de
fenómenos de quedarse boquiabierto - motos con 5 personas sin casco, carros
tirados por cuerdas, carros de mano en portaequipajes abiertos, etc. No hay
muchas passaje de cebras y los peones atravesan las calles llenas de coches con
una habilidad rara: - "El truco es mantener el contacto visual con el
conductor para que él se dé cuenta de nuestro próximo paso!" - relatan
algunos de los nativos.
Por
esa zona del globo, es fundamental desarrollar el espíritu zen para llevar el
tránsito en la deportiva, de lo contrario la desesperación es cuenta cierta en
cualquier recorrido. A pesar de esa locura que se va intercalando en todo
momento, coexiste un extraño equilibrio en medio del caos. La confusión se
autorregula de una forma inexplicable para un extranjero en visita, pues todo
parece desmoronarse o explodir en cualquier instante. Pero, sabiamente, el
sistema allí se va componiendo, haciendo que no se asista a tantos accidentes
como sería esperado en aquel escenario.
La
cultura y la religión dominan el paisaje; los pañuelos y las burkas (en las
mujeres) proliferan. El turismo es una enorme fuente de ingresos y una
oportunidad de trabajo para quienes tienen un poco más de instrucción o domina
una u otra lengua extranjera. Para los egipcios, Portugal es la referencia a asociarse
con Ronaldo. Y aún hay quien se recuerde del Figo y del Manuel José.
De
vuelta a casa, el olor a azafrán se impregnó en las pertenencias de viaje. La
maleta venía cargada de una esencia aromática peculiar que se extendió por la
ropa y la memoria afectiva, la cual también se alimenta de olores. El mundo es
redondo y está cargado de seres humanos, tan iguales y, al mismo tiempo, tan
diferentes entre sí y es, por eso, que los viajes nos transforman.
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