A vida é uma coleção de momentos
“Life is a collection of moments. Wouldn’t it be nice to be present in some of them?”
(Jon Kabat-Zinn)
Depois de 2 dias a aprender tanto sobre mindfulness e compaixão*, chego a casa com sede. Sedenta de aprendizagem. Não me apetece parar mais. O mundo tem tanto por descobrir e eu desejo poder encontrar mais e mais informação.
A mente humana e a forma como vivemos continua a ser um dos temas que mais me apaixona. Pelo interesse em si, mas, sobretudo, pelo facto de que o conhecimento da minha própria mente me tem ajudado a viver um pouco melhor.
Maravilhoso é sentirmos que podemos ser um bom companheiro de vida de nós mesmos – não tirando, obviamente, o peso que os seres que nos enchem o coração assumem nas nossas vidas e pelos quais eu sou, imensamente, grata. Talvez, até por pensar nas relações que tenho com os outros, o aprender a estar comigo, sem pudores e restrições, assumindo o que mais gosto e o que mais odeio em mim, é fundamental. Creio que muitos de nós, durante demasiado tempo, não se conhece muito bem. Anda consigo ao colo como se fosse um objeto que tem de ser deslocado em função das circunstâncias externas, sem explorar, verdadeiramente o que anda cá dentro. Digamos que olhar para o interior não é tarefa simples e dá bastante trabalho; a maior parte das vezes, o ser humano não está para isso. Deixa-se conduzir, feito um rato na roda, e vai caminhando em piloto automático, sempre acelerado, sem se aperceber que continua no mesmo sítio.
A mente humana e a forma como vivemos continua a ser um dos temas que mais me apaixona. Pelo interesse em si, mas, sobretudo, pelo facto de que o conhecimento da minha própria mente me tem ajudado a viver um pouco melhor.
Maravilhoso é sentirmos que podemos ser um bom companheiro de vida de nós mesmos – não tirando, obviamente, o peso que os seres que nos enchem o coração assumem nas nossas vidas e pelos quais eu sou, imensamente, grata. Talvez, até por pensar nas relações que tenho com os outros, o aprender a estar comigo, sem pudores e restrições, assumindo o que mais gosto e o que mais odeio em mim, é fundamental. Creio que muitos de nós, durante demasiado tempo, não se conhece muito bem. Anda consigo ao colo como se fosse um objeto que tem de ser deslocado em função das circunstâncias externas, sem explorar, verdadeiramente o que anda cá dentro. Digamos que olhar para o interior não é tarefa simples e dá bastante trabalho; a maior parte das vezes, o ser humano não está para isso. Deixa-se conduzir, feito um rato na roda, e vai caminhando em piloto automático, sempre acelerado, sem se aperceber que continua no mesmo sítio.
Meditar, de modo formal e informal, nos últimos anos, tornou-se uma parte da minha rotina. Algo de que não abro mão, pois abriu-me a possibilidade de me relacionar, de uma forma mais equilibrada, com o mundo. E comigo - por vezes, é a pior parte, uma vez que consigo, sem sombra dúvida, ser a minha pior inimiga quando embarco nas ruminações infinitas.
Praticar, praticar, praticar - dizem os mais experientes e sabedores. Vamos lá! Sem se saber, em concreto, onde chegar, como diz o pai do mindfulness no Ocidente: “onde quer que estejas, já lá estás!” (Jon Kabat Zin). Não precisamos de desatar a correr para apanhar o comboio, já estamos em plena viagem. Há que olhar em volta, apreciar a paisagem e os companheiros de carruagem. A viagem não pára, o bilhete não é de ida e volta e, como tal, não dá direito a reclamações. Temos mesmo de aproveitar enquanto o trem percorre os trilhos deste caminho inusitado.
O truque é deixar ir… porque a tentativa para controlar a vida é como "transportar água numa peneira" (J. Pinto Gouveia*).
*IN Jornadas de Mindfulness e Compaixão, Coimbra, 2020
Texto en Español
“La vida es una colección de momentos. ¿No
sería bueno estar presente en algunos de ellos? "
(Jon
Kabat-Zinn)
Después de 2
días de aprender mucho sobre mindfulness y compasión*, llego a casa com sed.
Sedienta de aprendizaje. Ya no tengo ganas de parar. El mundo tiene mucho por
descubrir y desearía poder encontrar más y más información.
La mente humana
y la forma en que vivimos sigue siendo uno de los temas que más amo. Por el
interés en el tema, pero, sobre todo, por el hecho de que el mejor conocimiento
de mi propia mente me ha ayudado a vivir un poco mejor, ¡y lo bueno que es! Es
maravilloso sentir que podemos ser el mejor compañero de vida para nosotros
mismos - obviamente sin olvidar el peso que los seres que llenan nuestros
corazones toman nuestras vidas y por lo cual estoy inmensamente agradecida.
Quizás incluso porque pienso en las relaciones que tengo con los demás y que
aprender a estar conmigo, sin modestia ni restricciones, suponiendo que lo que
más me gusta y lo que más odio de mí es fundamental. Creo que muchos de
nosotros, durante demasiado tiempo, no nos conocemos muy bien. Caminamos con
nosotros mismos como si fuera un objeto que tiene que ser movido de acuerdo con
circunstancias externas, sin realmente explorar lo que hay dentro. Digamos que
mirar hacia adentro no es una tarea simple y requiere mucho trabajo; la mayoría
de las veces, el ser humano no se pone en eso, como un ratón en el volante, y
camina en piloto automático, siempre acelerado, sin darse cuenta de que todavía
está en el mismo lugar.
Meditar, formal
e informalmente, en los últimos años se ha convertido en parte de mi rutina.
Algo que no renuncio, porque me abrió la posibilidad de relacionarme, de una
manera más equilibrada, con el mundo. Y conmigo, a veces es la peor parte, ya
que sin duda puedo ser mi peor enemiga cuando me embarco en rumores
interminables.
Practique,
practique, practique: dicen los especialistas. ¡Vamos allá! Sin saber realmente
a dónde ir, porque como el padre de la atención plena en Occidente dice
"¡donde quiera que estés, ya estás allí!". No necesitamos comenzar a
correr para tomar el tren, ya estamos en camino. Tienes que mirar alrededor,
disfrutar del paisaje y los compañeros de carruaje. El viaje no se detiene, el
boleto no es un boleto de regreso y, como tal, no hay derecho a quejas.
Realmente tenemos que aprovechar mientras el tren viaja a lo largo de las vías
de este camino peculiar.
El truco es
soltar ... porque el intento de controlar la vida es como transportar el agua
en un tamiz (J. Pinto Gouveia *).
Lindo texto, celeste!
ResponderEliminarObrigada!!
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