"Umberto Eco – a Biblioteca do Mundo": reflexão partilhada

 Esta reflexão partilhada de Celeste Vieira e Vera Carvalho resulta do visionamento do documentário Umberto Eco – a Biblioteca do Mundo. 


O documentário Umberto Eco – a Biblioteca do Mundo constitui uma obra de arte de enorme beleza e generosidade. Levou-me a refletir sobre a importância dos livros e do processo, mágico, da leitura, que implica paciência e concentração, competências que, infelizmente, se estão a perder, na atualidade.

Em certa ocasião, foi-me dito que a minha imagem poderia ser retratada como uma menina no meio de um monte de livros, a navegar por balões mágicos de ideias e sonhos. Nunca me esqueci dessa observação, pois revejo-me, completamente, nela.

Os livros representam uma camada fundamental na minha existência, uma almofada que me consola nos dias mais dolorosos e uma fonte de esperança a cada instante. Uma esperança que se baseia, simultaneamente, no conhecimento – e eu tenho sede por saber mais e mais – e no desapego. Entregar-me a uma história, seja ela qual for, é um ato de pura felicidade.

                                                                                                                    [Celeste Vieira]


Umberto Eco (1932-2016) foi um intelectual italiano com uma vasta obra publicada nas áreas da filosofia, crítica e semiótica. No documentário “Umberto Eco - A biblioteca do Mundo” David Davide Ferrario realiza uma delicada homenagem a um homem que amou os livros, as ideias e o debate.

Durante cerca de oitenta minutos visitamos bibliotecas surpreendentes, tanto na sua dimensão quanto na sua beleza, vemos diversas intervenções de Eco na esfera pública, entrevistas, conversas com familiares, animações e todo o retrato de uma vida virada para o mundo fascinante dos livros.

Eco traz-nos a biblioteca de um mundo imerso entre o oculto e o misterioso, o objetivo e o científico, mas conduzindo-nos para uma dúvida inquietante, entre os dois mundos não existirão limites ténues entre as ideias e os métodos científicos e as fantasias e as conceções erróneas?

Entretanto, ali estamos nós, assistindo ao que de melhor o cinema reflete: a luta fértil entre o real e o imaginário e, por isso, imersas na magnitude do mundo.

[Vera Carvalho]


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