Honremos o Dia da mulher!

 

Ao pensar no dia da Internacional da Mulher – uma data que gosto muito de assinalar por considerar que o trabalho de consciência pela igualdade ainda está longe de estar concluído – fiz um exercício de memória.

Na verdade, recorri à memória da minha alma, não tanto para descrever, factualmente, episódios que aconteceram, mas para olhar para o passado - ou para a criação que faço do mesmo – de um modo integrativo, a fim de honrar todas as mulheres que vieram antes de mim.

Porque eu sou todas as mulheres que me antecederam, todas as suas dores e conquistas.

 

Fonte da imagem: Jornal Universitário de Coimbra "A Cabra", numa referência ao cartaz de Movimento de Libertação das Mulheres (1974) - edição março 2024.

Uma mãe que não pode prolongar os estudos, como era o seu sonho. Também nunca chegou a ter carta de condução. Trabalhou fora, mesmo tendo tido de fincar o pé para o fazer, em alguns momentos. Foi uma lutadora no que se refere a direitos laborais nos locais onde trabalhou.

Muitas tias que foram mães dos seus irmãos (e de si próprias) e que cedo conheceram o sacrifício e as distâncias. Transformaram-se em maravilhosas mães de família e generosas com os seus amigos.

Uma avó que não estudou, nem trabalhou fora. Tentou ser livre à sua maneira, refugiando-se no álcool, tendo tido muitos e muitos filhos para criar. Destacava-se pelo sentido de humor e sabedoria em relação à natureza.

Outra avó que também não estudou, nem trabalhou fora depois de casar. Foi corajosa ao ter saído da sua terra natal para viver numa grande cidade. Nessa altura, não era bem visto uma mulher viajar ou viver sozinha. Era muito organizada e intuitiva.

Uma bisavó que foi mãe solteira, tendo criado duas filhas sozinha.

Outra bisavó, viúva, vendia rosas para sustentar a casa. Anos mais tarde, com um património construído, ofereceu um terreno à comunidade para a construção de uma escola.

E, ainda, uma bisavó que protegia os seus netos e as crianças da sua comunidade.

 

Sei (ainda) muito pouco sobre estas mulheres, mas sinto-me cada vez mais ligada a elas através do elo do amor, infinito. Hoje sei que, muito além dos seus destinos, as suas jornadas foram fundamentais para quem veio depois.

Obrigada!

Por vocês, por nós, por todas e todos que virão…

Honremos o Dia da mulher!

Texto en Español

Al pensar en el Día de la Internacional de la Mujer - una fecha que me gusta señalar por considerar que el trabajo de conciencia por la igualdad aún está lejos de estar concluido - hice un ejercicio de memoria.

De hecho, recurrí a la memoria de mi alma, no tanto para describir, de hecho, episodios que sucedieron, sino para mirar al pasado - o a la creación que hago del mismo - de un modo

integrativo, a fin de homenajear a todas las mujeres que vinieron antes de mí.
Porque yo soy todas las mujeres que me precedieron, todos sus dolores y conquistas.
Una mamá que no estudió, como era su sueño. Tampoco tuvó licencia de conducir. Trabajó fuera, aunque tuvo que clavar el pie para hacerlo, en algunos momentos. Fue una luchadora en lo que se refiere a derechos laborales en los lugares donde trabajó.
Muchas tías que temprano fueron madres de sus hermanos (y de sí mismas) y que pronto conocieron el sacrificio y las distancias. Se convirtieron en maravillosas mamás de familia y generosas con sus amigos y familiares.
Una abuela que no estudió, ni trabajó fuera. Intentó ser libre a su manera, refugiándose en el alcohol, tuvo muchos y muchos hijos. Se destacaba por su sentido del humor y sabiduría hacia la naturaleza.
Otra abuela que tampoco estudió, ni trabajó fuera después de casarse. Fue valiente al salir de su tierra natal para vivir en una gran ciudad. En aquella época, no era bien visto que una mujer viajara o viviera sola. Era muy organizada y intuitiva.
Una bisabuela que fue madre soltera, crió a dos hijas sola.
Otra bisabuela, viuda, vendía rosas para mantener la casa. Años más tarde, con un patrimonio construido, regalo un terreno a la comunidad para la construcción de una escuela.
Y, además, una bisabuela que protegía a sus nietos y a los niños de su comunidad.

Sé (todavía) muy poco sobre estas mujeres, pero me siento cada vez más conectada a ellas a través del vínculo del amor, infinito. Hoy sé que, más allá de sus destinos, sus jornadas fueron fundamentales para quien vino después.

Gracias!

Por ustedes, por nosotros, por todas y todos los que vendrán...

¡Honremos el Día de la Mujer!