Chocolate é a resposta

 - “Não gostas de chocolate? Como é que é possível?!”

Habituei-me a ouvir esta exclamação, acompanhada de uma expressão facial de incredulidade - a roçar a aversão - desde sempre. Tornou-se comum ser olhada como se eu fosse um E.T. pela maioria dos mortais que desconfiam da minha humanidade pelo facto de eu não gostar de uma das melhores coisas do mundo. Confesso que eu própria tenho uma vozinha interna que, volta e meia volta, me julga por não me lambuzar de chocolate.

Recentemente, uma pessoa que descobriu esta minha característica colocou-me uma questão que jamais me tinha sido colocada, tendo resultado num desafio que tentei responder nos meus processos meditativos.

- “Lembra-se do momento em que provou chocolate pela primeira vez? Qual foi a sensação?”


Como nos filmes, a minha mente começou a tentar retroceder - adoro esse exercício! Fui clicando no rewind das memórias e, aos poucos, fui presenteada com alguns momentos da minha jornada.

Infelizmente, ainda não consegui apurar o preciso instante em que experimentei chocolate, mas tenho a certeza que terá sido na Argentina, ou seja, antes dos meus 6 anos de idade – por aqueles lados abunda o dulce de leche, do qual eu sou completamente fã! Estou segura da cronologia porque recordo a primeira vez que comi um gelado em Portugal - um Calipo de morango - tendo afirmado, assertivamente, que não gostava de chocolate. A minha irmã também corrobora o facto, sendo ela 5 anos mais nova do que eu, declara que sempre me conheceu com este "defeito”.

Na verdade, pensar em chocolate é, para mim, muito mais do que refletir sobre um gosto gastronómico qualquer. Torna-se significativo porque o chocolate é indissociável das memórias de infância com a minha irmã – os melhores momentos de sempre.

A Daniela é muito diferente de mim em inúmeras coisas; sobretudo no que toca a gostos de chocolate: ela ADORA. Sempre que alguém me oferecia chocolates – e quando eramos miúdas isso acontecia com frequência – era ela que ganhava em dobro, pois ficava com os meus. Com efeito, a Páscoa e o Natal constituíam autênticos banquetes para o elemento mais novo da família: ovos da Páscoa, amêndoas, tabletes, Pais Natais e bombons sempre a duplicar! Na verdade, foi uma sorte a minha irmã não ter ficado com diabetes à minha custa.

Estou grata porque as pessoas da minha vida acabaram por me mimar com gestos delicados que nunca esquecerei, apesar desta minha característica tão incomum. Um exemplo disso foi, há uns anos atrás, a minha grande amiga incluir um andar sem chocolate no seu bolo de casamento (que era todo de chocolate!). O Amor/Amizade é assim…

Conhecermos alguém é identificarmos os seus gostos e peculiaridades. Para mim é fascinante reconhecer e interagir com as diferenças, pois na prática são elas que fazem com que cada ser humano seja único.

Coisas simples. Gestos enormes. Com ou sem chocolate. 

- “Chocolate é a resposta, não importa a pergunta!”

P. S. - Para mim pode ser chocolate branco!!

 
Texto en Español

Chocolate es la respuesta

- "¿No te gusta el chocolate? ¿Cómo es posible?!"

Me acostumbré a escuchar esta exclamación, acompañada de una expresión facial de incredulidad - rozando la aversión - desde siempre. Se ha vuelto común ser vista con desconfianza por la mayoría de los mortales que desconfían de mi humanidad porque no me gusta una de las mejores cosas del mundo. Confieso que yo misma tengo una vocecita interna que, una y otra vez, me juzga por no lamerme de chocolate.

Recientemente, una persona que descubrió esta característica de mí me hizo una pregunta que nunca me había sido planteada, dando lugar a un desafío que intenté responder en mis procesos meditativos.

- "¿Recuerdas el momento en que probaste chocolate por primera vez? ¿Cómo te sentiste?"

Como en las películas, mi mente comenzó a tratar de retroceder - me encanta este ejercicio! Hice clic en el Rewind de los recuerdos y poco a poco me presenté con algunos momentos de mi viaje.

Por desgracia, todavía no he podido averiguar el momento exacto en que probé el chocolate, pero estoy segura de que fue en Argentina, es decir, antes de mis 6 años de edad - por aquellos lados abunda el Dulce de leche, del cual soy completamente fan! Estoy segura de la cronología porque recuerdo la primera vez que comí un helado en Portugal - un Calipo de fresa - habiendo afirmado, asertivamente, que no me gustaba el chocolate. Mi hermana también corrobora el hecho, siendo ella 5 años más chica que yo, declara que siempre me conoció con ese “defecto".

De hecho, pensar en el chocolate es, para mí, mucho más que reflexionar sobre un gusto gastronómico cualquiera. Se vuelve significativo porque el chocolate es indisociable de los recuerdos de la infancia con mi hermana - los mejores momentos de siempre.

Daniela es muy diferente a mí en muchas cosas, sobre todo cuando se trata de gustos de chocolate: ADORA. Siempre que alguien me regalava chocolates - y cuando éramos niñas eso sucedía con frecuencia - ella era la que ganaba el doble, pues se quedaba con los míos. De hecho, la Pascua y la Navidad constituían auténticos banquetes para el elemento más joven de la familia: ¡huevos de Pascua, almendras, tabletas, Papas Noel y bombones siempre en doble! Fue una suerte que mi hermana no tuviera diabetis!!

Estoy agradecida porque la gente de mi vida me ha brindado con gestos delicados que nunca olvidaré, a pesar de mi característica tan inusual. Un ejemplo de esto fue, hace unos anos, mi gran amiga incluyo en su torta de boda un piso sin chocolate para mi (la torta era toda de chocolate!). El Amor/Amistad es así...

Conocer a alguien es identificar sus gustos y peculiaridades. Para mí es fascinante reconocer y interactuar con las diferencias, pues en la práctica son ellas las que hacen que cada ser humano sea único.


Cosas simples. Gestos enormes. Con o sin chocolate. 

- "El chocolate es la respuesta, no importa la pregunta!"


P. S. - Para mí puede ser chocolate blanco!!!

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