Ginkgo Biloba
Toda a gente opina sobre a meteorologia. Uns porque se queixam dos dias curtos, outros porque afirmam que o tempo anda doidivanas - as estações do ano já não se definem, devem andar com uma crise de identidade. O frio não tem querido dar as caras e, embora nos saiba bem disfrutar do clima ameno, é certo e sabido que as baixas temperaturas são necessárias para o fluxo dos ecossistemas.
Não sou nada entendida em questões climáticas, mas tenho sido uma espectadora/participante da natureza cada vez mais atenta. Em grande parte da minha vida, andei distraída e não me detinha a observar as pequenas maravilhas que o mundo tem para nos revelar, a todo o instante. Agora já começo a perceber a riqueza dos ciclos dos seres vivos, o que me ajuda a contemplar a existência de uma outra forma.
Ao longo do tempo, fui reparando que, quando chega o Outono, uma das árvores das traseiras do meu local de trabalho, fica completamente amarela, destacando-se, da paisagem circundante, por ser a única a manifestar aquela tonalidade. Um certo dia, partilhei uma foto com a minha amiga Adriana e ela falou-me das características da dita árvore: a ginkgo biloba.
De origem chinesa, há registos da existência da ginkgo biloba desde o tempo dos dinossauros, tendo inúmeras aplicações farmacológicas, nomeadamente, em questões de atenção e de memória. Curioso, ao pesquisar sobre esta espécie, descobri que a mesma sobreviveu à bomba atómica em Hiroshima (Japão), sendo considerada um símbolo de paz e de longevidade.
A partir dessa descoberta, o meu olhar mudou. De forma intuitiva, nesta altura do ano, vou à procura dela, para poder contemplar a sua nova indumentária. Acabo por conversar com a ginko sobre a passagem do tempo, primeiro com o velho pensamento “já passou mais um ano?!” e, depois, vou-me deixando levar pela sabedoria desta belíssima ancestral.
Silencio, aos poucos, a agitação da mente, e escuto a mensagem que a árvore transmite através das suas folhas, em formato de coração, imaculadamente desenhadas num tom dourado divinal. Reconheço a manifestação da força e da resistência, por um lado. A aceitação e a simplicidade, por outro. Está tudo ali, ao alcance da minha vista. A conversa flui e vou mais aconchegada para casa, confiando que o tempo corre à velocidade do que sentimos como abundante – se assim o quisermos perspetivar.
Obrigada, Ginkgo. Até já!
Silencio, poco a poco, el movimiento de la mente, y escucho el mensaje que el árbol transmite a través de sus hojas en forma de corazón, inmaculadamente dibujadas en un tono dorado divino. Reconozco la manifestación de la fuerza y la resistencia, por un lado. La aceptación y la simplicidad, por otro. Está todo ahí, al alcance de mi mirada. La conversación fluye y me voy más contenida a casa, confiando en que el tiempo corre a la velocidad de lo que sentimos abundante - si así lo queremos perspectivar.
Gracias, Ginko. nos vemos!
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